Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

terça-feira, 6 de março de 2012

Minha tia Jandira

Falo hoje da minha tia “ Jandira”, que era minha madrinha, casada com meu tio Arnaldo.Apesar de muito pequeno, lembro que ela passava temporadas em nossa casa, com os seus três filhos, Maria Amélia, Ailton e Francisco. Isso se dava sempre que ocorria uma das constantes transferências de trabalho do meu tio Arnaldo.Ele, que naquela época, era o Chefe Geral das Águas no Estado do Rio de Janeiro, e tinha sob seu serviço a implantação do projeto de base do Rio Guandu e de Xerém, não conseguia ter uma residência fixa, pois era obrigado, a acompanhar os deslocamentos de toda a rede de ampliação do sistema de distribuição de águas da cidade, como também a do interior do Estado. Ainda para agravar o problema, em cada cidade que o meu “tio”, se instalava, ele conquistava uma nova mulher, montava uma nova casa, e a pobre da minha tia “Jandira”, ficava longos períodos em nossa casa.Recordo-me que minha mãe, penalizada, sentia-se na obrigação de ajudar a essa cunhada.Isso era próprio de minha mãe, que associava ao nosso convívio, mais e mais famílias.Nossa casa mesmo sendo grande, como as residências daquela época, cada vez mais se tornava pequena, pois já existiam outras pessoas ali abrigadas, na casa e no grande coração de minha mãe.Como nunca nada é para sempre, felizmente, essa situação de dividir tudo com meus primos, só veio a se modificar, no dia em que meu tio Arnaldo faleceu.Assim, minha pobre tia pode, como pensionista, viver bem e ter uma residência fixa, aqui no Rio de Janeiro, onde nós a visitávamos nos finais de semana.

(Jorge Queiroz da Silva - abril/2009)

Fonte da imagem:borgesresgate.blogspot...

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