Lendo e ouvindo a música


Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

segunda-feira, 9 de julho de 2012

UMA LEMBRANÇA DE UMA LINDA E IMPORTANTE FIGURA FEMININA.

Falo aqui de uma grande e delicada figura feminina, que conheci no final dos anos quarenta.
A senhora Dora Rodrigues Pacheco era uma famosa dama da alta sociedade do Rio de Janeiro, viúva do Dr. Felix Pacheco.
Era uma mulher realmente muito bonita e não se valia de enfeites para melhorar a aparência, nem tampouco do fato de ter sido casada com o criador do Instituto Felix Pacheco que por anos a fio nos fornece as nossas Carteiras de Identidade e também responsável pelas grandes causas juristas do país.
Afirmo ainda, que aquele brilhante casal que havia se unido em bodas matrimoniais no dia 17 de outubro de 1908, já nos passava naquela época, um grande exemplo de dignidade, em trabalho e identidade civil.
Conheci-a quando aos meus quatorze anos de idade, ingressei no meu primeiro emprego no Jornal do Commercio, um diário de grande importância nacional, desde o tempo do Império e que até os dias atuais serve de fé e de identificação das publicações dos Balanços das nossas grandes Empresas brasileiras.
Conheci-a ainda em plena atividade profissional e com muita saúde.
Admitido como “boy”, tinha prazer em atendê-la e por ela ser muito bem tratado, quando levava seu cafézinho matinal.
Naquela época ela já estava viúva e representava o seu falecido marido, pois o seu trabalho era de sua total confiança .
O Dr. Felix Pacheco era, como Presidente, o responsável pela administração do jornal. Por isso, a Senhora Dora, por convite dos jornalistas e do acadêmico Dr. Elmano da Cruz Cardim, o redator chefe, e do Dr. Romeu Ribeiro, ela ali continuou prestando os seus serviços tão significativos para aquele periódico.
Nos anos cinqüenta a Sra. Dora trouxe para o RJ, um projeto novo de implantação da antiga PELMEX, que reunia as películas mexicanas e que tratava da implantação do cinema mexicano na América Latina, firmando aqui no Rio de Janeiro a sua sede de distribuição dos filmes da nova geração do promissor cinema mexicano.
Confesso que fiquei muito orgulhoso de ter trabalhado naquele projeto de implantação do cinema que veio importado em navios com toda a sua estrutura pré-moldada, como teria sido construído e que recebeu o nome de cinema Azteca, verdadeiro sucesso naquela época com toda a sua aparência das tribos indígenas do México e que funcionou de 1951 a 1973.
Infelizmente com a criação de um Shopping Center no local, o cinema que ali esteve sediado por mais de vinte anos, foi desativado.
E eu, que naquela época, era um simples “boy” da administração do Jornal do Commercio, fui convidado pela Senhora Dora e realizei com toda a vontade de aprender, o licenciamento para funcionamento da PELMEX junto aos Órgãos Públicos, tais como, a Prefeitura, Bombeiros, Juntas Comerciais e Fórum Jurídico da Praça XV de Novembro, no Rio de Janeiro.
No entanto, o meu ganho salarial foi de apenas vinte convites para distribuir entre meus amigos e respectivos familiares, no dia da inauguração.
Essa é uma das coisas do passado, que hoje já não existem mais!
Fonte da imagem: cinemagia.wordpress.com

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