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Fofas


Desenhos de Jorge Queiroz da Silva

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A MIDIA NÃO PODE SER INFELIZ, FAÇAM MANCHETES COLETIVAS


Já trabalhei na mídia, em dois jornais, sendo um no meu início de carreira, que de muito me valeu, onde eu ficava aos meus quinze anos de idade, admirando alguns dos nossos autores, meus ídolos e escritores famosos.
Eram grandes cronistas que se exibiam, passeando pelos corredores da sede do jornal, ali na Av. Rio Branco.
Naquele vai e vem, na direção da redação, procuravam trocar palavras com o meu chefe na gerência das áreas da administração, um senhor de alta credibilidade e dono do melhor charuto importado daquela época.
Ele trazia as amarras do seu funcionamento administrativo presas às publicações dos balanços e aos resultados financeiros finais dos departamentos de publicidade, exibidos nos boletins trimestrais, semestrais e ainda anuais como carro chefe, pois o Jornal do Commercio tinha a confiabilidade de todos os governos, sendo os estaduais, municipais e federal, haja vista que aquele órgão da nossa imprensa vinha do tempo do nosso Império, tendo sido idealizado e fundado pelo grande Dom João VI.
Só no momento do Brasil República é que vieram a abrir concorrência, pois ai surgiram os diários oficiais que eram dirigidos pela imprensa da justiça brasileira, seguindo assim os passos da prestação de contas dentro da desconfiada coroa portuguesa e do já descrente Império dos Joões.
Esse meu chefe naquela forma de trabalho, montou os caminhos para amostragem da organização com todos os guardados de escritas e negócios das principais empresas, as mais valiosas do nosso Brasil futuro. Já nesse tempo, estávamos chegando ao Brasil República.
Ali, naquele jornal, estavam arquivadas todas as publicações sobre as principais empresas, como o Banco do Brasil, os Correios e Telégrafos, o Jardim Botânico e o recém criado Jardim Zoológico, idealizado pelo então Barão de Drumond que se tornou nome de praça, no famoso bairro imperial de Vila Isabel.
E eu, um menino ainda, no meio dos antigos escritores, ficava a ouvir aquelas palavras sábias daqueles autores contratados, como Carlos Drummond de Andrade e de outros avulsos, que pagavam para fazer as suas publicações semanais e tiravam “um biquinho” na fama dos conhecidos, se aproveitando do seu nome histórico e também da força do seu dinheiro, como o engraçadíssimo Coronel Elias Johanny. Esse, não podia ver passar uma jornalista bonita, que ficava à espreita, imediatamente sacando do bolso raspas do seu taco de guaraná com o seu canivete e engolindo, levando todos a uma grande gargalhada!
(Jorge Queiroz - 17/10/10)Fonte da imagem: cidadaodomundo.org

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